24 de jul. de 2010

A Maldição da Câmera Tremidinha

Mas que bela merda! Aí estão algumas horas da minha vida que eu nunca mais vou ter de volta...
Me refiro à estúpida ideia que tive ao longo dos anos, de assistir uns malditos filmes que o pessoal me recomenda... mas não são quaisquer filmes... estes, são dos gêneros que eu mais considero nojento... são aqueles com “câmera tremidinha” e o maldito “retroscripting” (basicamente, uma técnica de filmagem onde aos atores são dadas alguns caminhos a serem seguidos, e em cima disso eles improvisam).

Até onde eu sei – e eu não vou ficar pesquisando sobre esta merda-, isto surgiu com “A Bruxa de Blair”. Quem não lembra da cena da loirinha com a câmera enfiada no nariz, lamuriando-se do desfecho das coisas? E a ceninha -que viria a ser um clichê -no começo do filme, dizendo que “as filmagens foram encontradas na puta que pariu, e ninguém sabe de mais nada”.

O filme, pelo que me lembro, não traz mostras de sanguinolência... na verdade, a grande manobra dele para se tornar assustador é, de fato, a câmera tremidinha e o mimimi dos personagens...



Na época, funcionou bem... o “boom” da itnernet ainda não havia assolado o globo todo... o Brasil ainda... bem... todo mundo sabe... não era qualquer um que iria ao Cadê pesquisar, ou até mesmo questionar a veracidade do filme. A fórmula funcionou bem... câmera tremidinha com retroscripting, terror subentendido, e uma névoa cercando a produção do filme... baixo orçamento e... big money!

Certamente esta grande notoriedade despertou o interesse de muitos cinegrafistas medíocres... aposto que dezenas de produções toscas, das quais nenhuma pessoa normal nem ficaria sabendo, foram feitas...

Até que surgiu outra grande bomba: Cloverfield.



A mesma ladainha... câmera tremidinha, um toque de improviso, uma introduçãozinha... aquela coisinha, pro público sentir os personagens como “mais humanos”... só que desta vez, o orçamento não foi tão modesto... explosões e monstrengos custam caro... de qualquer maneira, este me pareceu o melhorzinho das câmeras tremidinhas...

E temos também o Atividade Paranormal:

Vamos lá: mensagenzinha dedicatória aos personagens no começo... câmera tremidinha... névoa ao redor da produção.. a tentativa de fazer parecer real é tão grande, que os personagens tem os mesmos nomes dos atores... um pouquinho de backscripting... baixo orçamento... BIG MONEY!!!



Repare nas reações arrancadas do digníssimo público... teenagers americanos mentecaptos, prontos para engolir qualquer lixo...

E vou parando por aqui.. mas antes... não posso deixar de falar de REC! Puta que pariu!!



Na boa, chega né? Não dá pra ver porra nenhuma o filme inteiro!! Que o diretor enfie essa merda de câmera no cu! E o pior sou eu, que ainda assisto uma porcaria dessas!

Um comentário:

Vitor disse...

Câmera tremida pode ser um problema, mas tudo depende da situação. No caso desses filmes a idéia principal é dar a impressão q as filmagens foram feitas como registros amadores daqueles acontecimentos, o q eu acho interessante pq dá uma sensação de realismo e se for bem feito o espectador pode entrar mais na história. Mas pra parecer real a camera precisa parecer ser manuseada por um cinegrafista qualquer, sem preocupações cinematograficas e considerada a situação em que o personagem se encontra, a camera tremida é inevitável. Mas concordo q muitas vezes ela enche o saco. Mas o pior são aqueles filmes que não tem motivo para ter camera tremida, senão por querer "quebrar as regras" do cinema classico, fazer algo "diferente", "original", "dar mais emoção", quando isso pode ser transmitido de diversas outras formas mais inteligentes e eficazes. Isso se estende na edição onde o editor parece ter um orgasmo com cada corte. Não q sempre isso seja um problema, pq se fosse, eu não assistiria a quase nenhum filme lançado ultimamente, mas qual é o problema com uma câmera parada, e um plano longo?!?! Enfim, não acho isso tão catastrófico qnt ta no blog, acho q a idéia pode ser bem utilizada, com um bom roteiro, mas ao mesmo tempo essa camera tremida pode ser mais controlada, menos espalhafatosa. Sobre a propaganda em cima daquilo ser real, acho q se não for traiçoeira e mentirosa como no filme Contatos de Quarto Grau, que nem tem essa proposta de filmagem, mas insiste descaradamente q o que ta sendo representado aconteceu, pode ser uma ferramenta de aproximar o espectador da história, como Lost fez com seus ARG's.